Wednesday, March 07, 2018

Eutanásia para casos irremediáveis de transtornos mentais

Alguém certa vez, no Facebook, publicou isso aqui:

"Muitos falam sobre a eutanásia abordando apenas doenças orgânico-funcionais, como câncer, miopatias, alterações genéticas, etc.. Por que não se fala de doenças psiquiátricas? Pode-se dizer que é porque a pessoa terá alterações psicológicas o suficiente para não tomar uma decisão correta, é claro, mas e alguém de idade avançada que tenha sofrido todos os anos da vida com depressão profunda para a qual não há tratamentos?"

Minha resposta para essa questão é essa aqui:

Na Bélgica, por exemplo, uma pessoa nessa condição, em uma condição irremediável, seja qual for, depois de um certo tempo passa a ter o direito de morrer.

Ou seja: ela passa a ter o direito de ser ajudada pelo Estado para conseguir morrer em paz. Na Bélgica é assim porque existe a concepção de que a sociedade é responsável pelos seus membros.

Estar em sociedade é completamente diferente de estar sozinho. Se você está sozinho, você constantemente responde por si mesmo. Porém, se você está em sociedade, a sociedade em boa medida é também responsável por você e por seu bem-estar. Porque ninguém em sociedade está vivendo completamente sozinho. Sociedade implica nisso: em ter sócios. Se você tem um sócio, ele também é responsável por aquilo que você é responsável.

Existe uma sociedade no empreendimento da vida. Há uma vida em grupo,  há uma vida em sociedade: então a sociedade deve ajudar o sujeito tanto a viver bem quanto a morrer, se for um caso irremediável.

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